O Evangelho de hoje traz o relato da pesca milagrosa. Depois de ensinar as multidões dentro da barca de Pedro, Jesus lhe ordenou que voltasse a pescar, mesmo após uma noite sem pegar peixe algum: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca” (v.4).
E pescaram uma quantidade tão grande de peixes que precisaram da ajuda de outra barca e ainda sim quase afundaram (vv.6-7). Diante daquele milagre, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus e implorou: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” (v.8).
Ao invés de recrimina-lo, Jesus o convidou para uma missão maior e mais importante do que aquela: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens” (v.10).
Que cena maravilhosa acabamos de contemplar! O próprio Filho de Deus chamou um simples pescador para assumir a missão de evangelizar o mundo! Nós também temos uma missão tão importante como teve São Pedro: a partir do nosso Batismo e depois com o Sacramento do Matrimônio, somos chamados a santificar a nossa família!
Hoje, Deus quer que acordemos para este chamado maravilhoso de ser família, espaço santificante e santificador. Jesus quer que, na simplicidade da nossa casa, ouçamos o seu chamado de nos aprofundarmos na missão de cônjuge, de pai ou de mãe, ou mesmo de filho ou filha:
– Vão, se aprofundem na experiência conjugal e sejam santos!
– Lançai as redes na sua casa e tragam pessoas para Deus!
Mas, olhando para nós, pode ser que nos sintamos indignos como São Pedro. Como vou ser santo com tantos defeitos e com esse meu temperamento? Como vou ser santa se não consigo parar de reclamar e cobrar tanto meu marido? Do jeito como está meu casamento, como trilhar um caminho de santidade?
A resposta está na própria liturgia, na primeira leitura. Diante da majestade de Deus, o profeta Isaías olha para si e vê sua pequenez: “Ai de mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros, mas eu vi com meus olhos o rei, o Senhor dos exércitos” (Is 6,5). Diante de sua incapacidade, o próprio Deus toma a iniciativa da purificação do profeta: Nisto, um dos serafins voou para mim, tendo na mão uma brasa, que retirara do altar com uma tenaz, e tocou minha boca, dizendo: “Assim que isto tocou teus lábios, desapareceu tua culpa, e teu pecado está perdoado” (Is 6,6-7).
Ora, diante das nossas dificuldades pessoais e conjugais, temos que ter a certeza de que Deus não nos daria uma vocação à santidade se Ele mesmo não criasse as condições para que isso fosse possível. Deus coloca na nossa vida todos os instrumentos necessários para a purificação do nosso relacionamento conjugal.
A Sua Graça, como brasa retirada do altar, se faz presente no nosso casamento pela Sagrada Eucaristia e demais Sacramentos, pelas Sagradas Escrituras, pela Oração Conjugal e Familiar, pelo Diálogo Conjugal na presença de Jesus (Partilha a Três), pela Oração do Terço, pela Vida Comunitária e por todos os outros meios que Ele nos dá.
Meus irmãos, hoje Deus quer que saiamos da superficialidade das águas rasas. Mesmo sendo um simples homem e uma simples mulher, Deus nos chama a avançar mar adentro! Nas águas rasas onde temos ancorado o barco do nosso casamento, não iremos pescar frutos de santidade…
Sim, nosso casamento precisa avançar para águas mais profundas fazendo a experiência da presença de Jesus no dia-a-dia da nossa casa. Se fizermos todas as nossas atividades quotidianas em nome do Senhor e nos dispusermos a ter práticas espirituais dentro da nossa disponibilidade, certamente poderemos responder como Isaías: Ouvi a voz do Senhor que dizia: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” Eu respondi: “Aqui estou! Envia-me” (Is 6,8).
Maria, Porta do Céu, interceda para que colhamos frutos da santidade na nossa família!
Um abraço, fiquem com Deus.
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias
Ano 3 – nº 110 – 06/02/2022
Acesse o Youtube e inscreva-se em nosso canal.