Com grande alegria, celebramos hoje o nascimento de Jesus, nosso Salvador. O mistério da encarnação é tão grande e tão importante que a Igreja propõe que ele seja celebrado por 8 dias como se fosse um dia só. Daí o nome Oitava de Natal.
Hoje é dia de colocarmos o Menino Jesus no nosso presépio, pois, a Palavra se fez carne, e habitou entre nós. A liturgia nos propõe três celebrações: a missa da véspera de Natal (também chamada de missa do galo), a missa da aurora e a missa do dia. Iremos fazer nossa reflexão no Evangelho da missa da aurora.
Após o anúncio do anjo, os pastores foram visitar Jesus: “Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura” (v.16).
O Natal é uma fonte inesgotável de ensinamentos para nossas famílias, mas queremos abordar três aspectos deste grande mistério da nossa fé.
Simplicidade
Deus quis vir na simplicidade de uma família para mostrar que todos podemos fazer a experiência de Deus na nossa casa. Deus pode e quer se ‘encarnar’ na pequenez da rotina do nosso casamento. A forma como tratamos nosso cônjuge, a dedicação aos nossos filhos, o sacrifício de ter que cuidar do nosso lar, o trabalho cotidiano, tudo isso é caminho de santidade!
Pensemos na doçura do olhar de Nossa Senhora enquanto amamentava Jesus e em São José segurando com carinho o Menino-Deus nos braços. Esses pequenos gestos também fizeram parte da história da Salvação da humanidade. A rotina da nossa casa feita em espírito de serviço também pode ajudar na salvação da nossa família.
O Evangelho nos revela que os pastores foram às pressas à Belém e encontraram Jesus numa manjedoura e junto com Ele, seus pais, Maria e José.
Muitas vezes, em nossa vida de casados, também vivemos com pressa: pressa para terminar logo um trabalho, pressa para aumentar a nossa renda familiar, pressa para fazer a viagem dos nossos sonhos… Porém, não temos pressa para encontrarmos o Menino Jesus que está pronto para renascer no nosso coração e quer entrar na nossa família. Talvez, Ele não encontre lugar no nosso meio, pois estamos com nossa “casa interior” tão cheia de coisas e pessoas que não sobra lugar para o Pequenino de Belém.
na Sua simplicidade, o Senhor do Universo quer que a nossa família seja a manjedoura que O acolhe como uma criança no dia de hoje.
Mas, na Sua simplicidade, o Senhor do Universo quer que a nossa família seja a manjedoura que O acolhe como uma criança no dia de hoje. Ele estende Seus bracinhos para que você pai, você mãe e vocês filhos possam abraçá-Lo e sentir todo o Seu amor sendo derramado nas suas vidas. Não deixem que esse momento passe despercebido na sua vida. É o Senhor dos Senhores que nasce pequenino para nos ensinar como devemos viver.
Humildade
Jesus, o Filho de Deus, poderia ter nascido no maior palácio que havia em Israel ou mesmo numa das grandes mansões do Império Romano. Mas Ele quis nascer num estábulo. O Seu berço foi um coxo onde os animais se alimentavam. Os Seus primeiros visitantes foram os pastores, pessoas simples que não eram valorizadas na época de Jesus. Deus quis nos mostrar que o mais importante nessa vida não são as aparências, as roupas, o dinheiro e tudo o que ele pode comprar, mas o nosso coração, que deve ser todo do Senhor.
Na homilia da missa da véspera do Natal de 2019, o Papa Francisco partilhou conosco algo que nos toca o coração: “Conta uma graciosa história que, no nascimento de Jesus, os pastores acorriam à gruta com vários dons. Cada um levava o que tinha, uns os frutos do seu trabalho, outros, algo precioso. Mas, enquanto todos se prodigalizavam com generosidade, havia um pastor que não tinha nada. Era muito pobre, não tinha nada para oferecer. E enquanto todos se emulavam na apresentação dos seus dons, ele mantinha-se à parte, com vergonha. A dada altura, São José e Nossa Senhora sentiram dificuldade para receber todos os dons – eram tantos –, especialmente Maria que devia segurar nos braços o Menino. Então, vendo aquele pastor com as mãos vazias, pediu-lhe que se aproximasse e colocou-lhe Jesus nas mãos.
Ao acolhê-Lo, aquele pastor percebeu que tinha recebido algo que não merecia: ter nas mãos o maior dom da História. Olhou para as suas mãos, aquelas mãos que lhe pareciam sempre vazias tornaram-se o berço de Deus. Sentiu-se amado e, superando a vergonha, começou a mostrar aos outros Jesus, porque não podia guardar para si o dom dos dons”
Na humildade das nossas mãos vazias, Jesus quer se fazer presente.
Na humildade das nossas mãos vazias, Jesus quer se fazer presente. Abramos nossos braços para oferecer a Ele aquilo que podemos lhe ofertar do mais profundo do nosso coração: o nosso amor!
Missão
Dentro do projeto de Salvação da humanidade, Deus quis precisar de um homem – São José – e de uma mulher – Maria, a mãe de Jesus. O Senhor todo-poderoso poderia ter feito de outra forma, mas quis nascer numa família.
São José, a quem coube cuidar e defender a Sagrada Família, mostra para os homens qual é a missão fundamental deles na família. Prover o sustento da casa, proteger o lar dos ataques físicos e mesmo ideológicos contra a família, educar os filhos por meio de carinho e limites, são atitudes que fazem parte da paternidade, dom sagrado que Deus deu aos homens.
Nossa Senhora, a quem coube ser mãe do Filho de Deus, mostra para as mulheres que a missão delas é insubstituível no lar. Administrar a casa, ajudar financeiramente quando for preciso, educar os filhos por meio de afeto e doação, são ações que fazem parte da maternidade, graça inalienável que Deus deu às mulheres.
Ser pai, ser mãe, ser família, não são simples papéis sociais, mas dons criados por Deus para que os usemos no nosso caminho de santidade.
Que o Natal, com a sua simplicidade, sua humildade e a missão que nos indica, faça do nosso lar uma verdadeira Belém onde Jesus possa nascer todos os dias. É muito importante celebrarmos o Natal com nossos familiares e amigos, porém, se esquecermos do convidado principal, a festa se torna vazia e sem sentido.
Maria, Porta do Céu, interceda para que Jesus possa renascer na nossa casa neste Natal!
Um abraço, fiquem com Deus!
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias
Ano 3 – nº 152 – 25/12/2022