Neste domingo temos a versão das bem-aventuranças no Evangelho de São Lucas, no qual Jesus indica um caminho de santidade para todos nós.
Vamos tentar aprofundar um pouco mais as palavras de Jesus dentro da nossa realidade conjugal e familiar.
Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! (v.20)
Jesus não faz um elogio da pobreza em si, mas aconselha a não nos apegarmos aos bens materiais. Jesus quer que sejamos totalmente livres e não criemos necessidades para manter gastos supérfluos ou qualquer outro tipo de consumismo. Mais ainda, Ele quer que sejamos abertos à vida e não evitemos ter mais filhos por causa de comodismo ou em troca de uma vida de luxo.
Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados! (v.21)
Quando vivemos uma vida baseada exclusivamente nos prazeres, não há lugar para Deus e para os outros no nosso casamento. Se cultivarmos as virtudes da sobriedade e da temperança, poderemos ser saciados pelo próprio Deus. Uma família com uma relação ordenada com os bens materiais deseja também os bens espirituais e confia na Providência Divina, pois sabe que Deus nunca abandona seus filhos.
Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque havereis de rir! (v.21)
O sofrimento faz parte da realidade humana, mas foi santificado nos mistérios da encarnação, paixão e morte de Jesus. As cruzes que carregamos dentro do nosso lar, como a doença de um familiar, os problemas financeiros ou as dificuldades na educação dos filhos, podem ser redentoras para o casal se forem acolhidos em nome do Senhor.
Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem! (v.22)
É cada vez mais raro ver casais que colocam Deus no centro das suas vidas. O nosso chamado de ser uma família que participa ativamente dos Sacramentos, que frequenta assiduamente a Igreja, que educa os filhos na fé, que possui vida de oração mesmo inserida no meio secular, tudo isso é motivo de alegria para Deus, ainda que existam incompreensões dos amigos e familiares ou até mesmo perseguições de algumas pessoas. Mas insistimos: buscar a santidade no ordinário da nossa vida conjugal e familiar é uma poderosa forma de apostolado para as pessoas que estão ao nosso redor.
O Papa Francisco, ao comentar esta passagem na Exortação Apostólica Alegrai-vos e Exultai (Gaudete et Exsultate), afirmou que: “Estas palavras de Jesus, não obstante possam até parecer poéticas, estão decididamente contracorrente ao que é habitual, àquilo que se faz na sociedade; e, embora esta mensagem de Jesus nos fascine, na realidade o mundo conduz-nos para outro estilo de vida. As bem-aventuranças não são, absolutamente, um compromisso leve ou superficial; pelo contrário, só as podemos viver se o Espírito Santo nos permear com toda a sua força e nos libertar da fraqueza do egoísmo, da preguiça, do orgulho” (GE, 65).
Precisamos ficar atentos quanto a esta afirmação do Papa, pois é somente pela ação de Deus que conseguiremos trilhar um caminho de santidade conjugal.
Com o Senhor, poderemos enriquecer o nosso casamento com o Reino de Deus (v.20), saciaremos a fome de amor da nossa família, encheremos a nossa casa da alegria do Céu (v.21), e conseguiremos amar, acolher, elogiar e abençoar o nosso cônjuge em nome de Jesus (v.22).
A verdadeira felicidade consiste na doação de si mesmo ao outro pela ação de Deus na nossa alma. Precisamos crer que recebemos uma missão com o Sacramento do Matrimônio: sermos santos e ajudar a levar a santidade ao cônjuge, aos filhos e a todas as pessoas que Deus colocar na nossa vida.
Maria, Porta do Céu, que possamos viver as bem-aventuranças na nossa casa!
Um abraço, fiquem com Deus.
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias
Acesse o Youtube e inscreva-se em nosso canal