Neste domingo, celebramos a Ascensão do Senhor. Tanto o Evangelho como a primeira leitura relatam este acontecimento: “Depois de dizer isso, Jesus foi levado ao céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo. Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apareceram então dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: ‘Homens da Galileia, por que ficais aqui parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu’” (At 1,9-11).
Mas por que Jesus teve que subir ao céu? Ele não poderia ficar aqui conosco neste mundo para sempre? O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que este mistério “indica uma diferença de manifestação entre a glória de Cristo Ressuscitado e a de Cristo exaltado à direita do Pai. O acontecimento ao mesmo tempo histórico e transcendente da Ascensão marca a transição de uma para a outra” (CIC 660).
Entretanto, embora Jesus não esteja conosco da mesma forma que esteve com os apóstolos há dois mil anos, Ele continua presente entre nós. Novamente, o Catecismo esclarece: “Como Senhor, Cristo é também a cabeça da Igreja, que é seu Corpo. Elevado ao céu e glorificado, tendo assim cumprido plenamente a sua missão, Ele permanece na terra em sua Igreja. A redenção é a fonte da autoridade que Cristo, em virtude do Espírito Santo, exerce sobre a Igreja. ‘O Reino de Cristo já está misteriosamente presente na Igreja’, ‘germe e início deste Reino na Terra’” (CIC 669).
Dessa forma, vivemos o tempo da Igreja, período que vai da Ascensão do Senhor até o dia em que Ele, de novo, há de vir em Sua glória. E que belo é fazer parte da Igreja!
Devemos nos alegrar por sermos batizados e fazermos parte do corpo místico de Cristo! Mais ainda, precisamos agradecer a Deus por também ter uma missão especial na Igreja por meio do Matrimônio. Através deste sacramento, que não é uma apenas uma cerimônia e menos ainda um acordo entre duas partes, assumimos a missão de ser santos e formar famílias para o Céu!
O sacramento do Matrimônio nos dá as graças necessárias para que vivamos esta missão dentro da Igreja. Não somente para isso, mas para sermos Igreja dentro da nossa casa. Cada família é uma Igreja Doméstica, onde Jesus está presente. Mas precisamos crer nesta realidade, com palavras e com atitudes.
Isto quer dizer que nosso lar é sagrado e que nossa família é um verdadeiro santuário onde Deus está presente. Cada templo da nossa Igreja possui um altar e em nossas casas também temos locais que são, de certa forma, também altares. Por exemplo, a cama do casal deveria ser como um altar, onde inclusive uma vida nova pode ser concebida. Também a mesa das refeições deveria ser como um altar, onde celebramos a alegria de fazer as refeições em família.
Infelizmente, parece que muitos casais esquecem esta realidade sobrenatural do matrimônio e vivem como se tivessem apenas assinado um contrato. Da mesma forma que os anjos chamaram a atenção dos apóstolos logo após a Ascensão do Senhor, eles deveriam despertar muitos casais que perderam a noção da sacralidade da sua união. Talvez hoje eles deveriam dizer: “Casais católicos, por que estais aí parados? Jesus, que subiu ao céu, voltará e vos pedirá conta da missão que receberam!”
Queridos, peçamos a graça de Deus para nossos casamentos. Que o seguinte trecho da segunda leitura seja uma exortação para crermos nesta realidade maravilhosa de ser Igreja: “Que ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibas qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente” (Ef 1,18-19).
Maria, Porta do Céu, ajuda-nos a sermos verdadeiras Igrejas Domésticas!
Um abraço, fiquem com Deus.
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias
Ano 3 – nº 123 – 29/05/2022