No Evangelho de hoje, São Mateus narra o episódio de Jesus caminhando sobre o mar. Após a multiplicação dos pães, Jesus manda que os discípulos sigam de barco para o outro lado do mar, enquanto Ele sobe ao monte para orar sozinho. A barca dos discípulos é agitada pelas ondas devido ao vento forte. Por volta das três horas da manhã, Jesus vai até eles andando sobre as águas.
É significativa esta passagem do Evangelho, especialmente neste dia em que se inicia a Semana Nacional da Família em todas as paróquias do Brasil. O tema da Semana da Família deste ano é “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24,15).
Será que é possível adotar este tema justamente hoje quando a família parece afundar? Será que têm razão aqueles que chamam o tempo que vivemos como a era do ‘pós-familismo’, no qual os conceitos de maternidade e paternidade estão se esvaziando, onde as pessoas não querem mais se casar ou ter filhos, e a família parece não ser mais a principal instituição da sociedade?
Neste Evangelho, Jesus vem iluminar as nossas mentes e os nossos corações sobre essas questões. Vamos analisar o comportamento dos discípulos, de modo particular de São Pedro, e fazer um paralelo com a família.
Ora, este texto é cheio de contrastes: Jesus estava sozinho em oração numa montanha enquanto os discípulos estavam temerosos longe da terra, dentro de uma barca agitada pelas ondas do mar. São Mateus faz questão de frisar que isso acontecia porque ‘o vento era contrário’ (v.24).
Essa barca na qual Jesus manda que seus discípulos entrem para chegarem ao outro lado do mar representa a Igreja. Mas também representa a família – igreja doméstica. Na vida familiar, somos atingidos por várias tempestades: desemprego, traições, perdas, luto, doenças. De modo especial, vivemos uma grande tormenta representada por esta pandemia.
Nessas horas nossa fé é posta à prova, porém as palavras de Jesus nos dão segurança:
– Quando achamos que Deus não está presente nos acontecimentos da nossa vida, Jesus afirma: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” (v.27).
– Nos momentos em que vacilamos e não sabemos se vale a pena ser uma família cristã, Ele diz: “Vem!” (v.29)
– Quando estamos afundando nas dificuldades, Jesus nos segura pela mão e fala: “Homem e mulher fracos na fé, por que duvidastes?” (v.31)
Portanto, a família nunca deixará de existir, pois é uma realidade que foi criada e desejada por Deus, que vai sempre sustentá-la, mesmo diante de todos os obstáculos.
Maria, Porta do Céu, ajuda-nos a dizer: Sim! Eu e minha casa serviremos ao Senhor!
Um abraço, fiquem com Deus!
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias