A Temperança nos levará ao Céu – Evangelho para o Casal / 3º Domingo do Advento – Mt 11,2-11

Novamente a figura de São João Batista nos é apresentada no Evangelho deste domingo. Ao se referir a João Batista, Jesus faz um dos mais belos elogios que alguém poderia receber: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que um profeta” (vv.7-9).

Para ser capaz de anunciar a chegada do Messias, São João Batista precisou controlar suas paixões e canalizá-las para o anúncio do Reino de Deus. Ele fez isso por meio da virtude da temperança.

Para retomar nossa reflexão sobre as virtudes cardeais, hoje iremos meditar sobre essa virtude, da qual João Batista também é modelo. Mesmo preso por falar a verdade, ele era verdadeiramente livre, pois era senhor de si.

A temperança é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados.

O Catecismo da Igreja Católica assim define a virtude da temperança: A temperança é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro do limite da honestidade. A pessoa temperante orienta para o bem seus instintos sensíveis, guarda uma santa discrição e “não se deixa levar a seguir as paixões do coração” (CIC 1809).

A temperança traz o equilíbrio necessário no nosso trato com as coisas e pessoas. As nossas paixões não são morais, precisamos delas inclusive para fazer o bem, mas não podemos deixar que elas nos dominem. Dessa forma, a função dessa virtude não é fazer com que andemos com o carro com o ‘freio de mão puxado’, mas fazer com que a razão controle nossa vontade e nossas emoções.

Por meio do matrimônio, temos a graça de nos unirmos ao nosso cônjuge com o corpo e com a alma. Mas, se nos deixarmos levar pelos instintos, retiramos a sacralidade da nossa sexualidade e corremos o risco de fazer do corpo do nosso cônjuge um simples objeto. A temperança restabelece o duplo sentido da nossa vivência sexual no plano divino: o unitivo e o procriativo, ou seja, o bem dos cônjuges e a transmissão da vida.

Deus nos deu o prazer de nos alimentarmos com uma infinidade de sabores, mas precisamos da sobriedade.

Nossa relação com os alimentos e bebidas precisa ser ordenada. Deus nos deu o prazer de nos alimentarmos com uma infinidade de sabores, mas precisamos da sobriedade. Para vencer a gula, o Catecismo novamente nos ajuda: A virtude da temperança manda evitar toda espécie de excesso, o abuso da comida, do álcool, do fumo e dos medicamentos (CIC 2290). A embriaguez é sempre um risco para o casamento. Muitas famílias são destruídas pelos vícios do álcool e das drogas.

Devemos ser sóbrios no uso dos equipamentos eletrônicos com telas e também devemos educar nossos filhos para que usem estes dispositivos com a virtude da temperança. A utilização de smartphones, tablets, computadores e afins ajuda na comunicação e mesmo na educação, mas seu uso desmedido rouba um tempo precioso das nossas crianças e adolescentes, com consequências perigosas no futuro: falta de interesse pela leitura, sedentarismo, problemas em manter relacionamentos reais, dependência de mídias digitais, transtornos de humor e, o pior, a dificuldade de ter uma vida espiritual.

É possível desenvolver a virtude da temperança na nossa vida pessoal e conjugal. A Igreja nos oferece formas poderosas de ordenar nossas paixões. Podemos (e devemos) fazer mortificações, jejuns e penitências para estarmos preparados para o combate espiritual. Inclusive, o casal pode combinar de fazer o mesmo sacrifício juntos.

Com nossas paixões ordenadas poderemos reconhecer o Messias que faz com que os cegos recuperem a vista, os paralíticos andem, os leprosos sejam curados, os surdos ouçam, os mortos ressuscitem e os pobres sejam evangelizados (cf. v5).

Maria, Porta do Céu, interceda para que a temperança nos leve para o Céu!

Um abraço, fiquem com Deus!

Márcia e Ronaldo

Comunidade Sara e Tobias

Ano 3 – nº 150 – 11/12/2022

 

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