A conversão é um assunto constante neste período de Advento, pois é tempo de preparar nosso coração para o nascimento de Jesus. Uma figura importante nesse período que antecede o Natal é São João Batista.
O Evangelho de hoje nos apresenta João Batista pregando no deserto: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (v.2).
Continuando nossa reflexão sobre as quatro virtudes cardeais, hoje iremos refletir sobre a fortaleza. Essa virtude também é chamada de virilidade cristã. Por isso, São João Batista é um bom exemplo, ao levar uma vida de extrema simplicidade para ser capaz de preparar a chegada de Jesus (vv.3-4), Aquele que é mais forte do que João (v.11).
Sobre essa virtude, o Catecismo da Igreja Católica nos ensina: “A fortaleza é a virtude moral que dá segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do bem. Ela firma a resolução de resistir às tentações e superar os obstáculos na vida moral. A virtude da fortaleza nos torna capazes de vencer o medo, inclusive da morte, de suportar a provação e as perseguições. Dispõe a pessoa a aceitar até a renúncia e o sacrifício de sua vida para defender uma justa causa” (CIC 1808).
É preciso que tenhamos a firme resolução de sermos santos.
É preciso que tenhamos a firme resolução de sermos santos. Essa decisão provém de um esforço da nossa vontade, não é algo espontâneo. Da mesma forma que um atleta precisa se dedicar para estar preparado para competir, nós precisamos nos empenharmos para sermos um casal do Senhor. E isso não é fácil!
Algo interessante aconteceu com algumas pessoas que estiveram em determinadas guerras. Em momentos cruciais no campo de batalha, alguns jovens chegaram a praticar atos de verdadeiro heroísmo. Mas, de volta para casa, esses mesmos soldados não conseguiram ter disciplina para acordar cedo, arrumar um emprego e trabalhar ou mesmo formar uma família.
a virtude da fortaleza leva o casal a não ter medo de ser criticado quando assume defender a família, a vida e o casamento de acordo com o plano original de Deus.
No nosso casamento, temos essas duas lutas, uma externa e outra interna. Como lutas externas, a virtude da fortaleza leva o casal a não ter medo de ser criticado quando assume defender a família, a vida e o casamento de acordo com o plano original de Deus. Mas fracassaremos se nos preocuparmos em combater os inimigos externos e não combatermos os inimigos internos, que querem fazer com que o homem velho e a mulher velha assumam o controle da nossa alma. A fortaleza serve justamente para essas batalhas, ser um bom cristão, ser um bom cônjuge e ser um bom pai ou uma boa mãe.
Com a fortaleza, o casal assume sacrificar generosamente os bens terrenos para conquistar os bens eternos. Ela convence o casal de que o único e verdadeiro mal que assola a família e o casamento é o pecado e que, por isso, devem evitá-lo a todo custo, assumindo o risco de suportar as dificuldades que possam surgir dessa decisão.
Precisamos da fortaleza para cumprir até o final da nossa vida as promessas que fizemos diante do altar.
Ao definir essa virtude, o Catecismo fala em renúncia e sacrifício para defender uma justa causa. Quando recebemos o sacramento do matrimônio formamos uma nova família. Existe causa mais importante do que a salvação da nossa família? Precisamos da fortaleza para cumprir até o final da nossa vida as promessas que fizemos diante do altar.
A virtude da fortaleza faz com que nós, casais, procuremos mais agradar a Deus do que os amigos e colegas de trabalho. Ela nos faz renunciar às perigosas intimidades com pessoas do sexo oposto.
Precisamos continuamente fazer sacrifícios de amor pelo nosso cônjuge, pelos nossos filhos, pelos nossos familiares. A fortaleza nos leva a rezar incessantemente por eles, a oferecer nossos jejuns e penitências pela salvação deles.
Assim como João Batista gritava no deserto para que o povo mudasse de vida, ele grita hoje nas nossas mentes que estão fechadas para receber o anúncio da salvação e nos nossos corações que estão endurecidos pelo pecado.
É preciso que nós, casais, tomemos uma decisão: mudar de vida para acolher o Menino Jesus na nossa casa!
É preciso que nós, casais, tomemos uma decisão: mudar de vida para acolher o Menino Jesus na nossa casa!
Muitas vezes pensamos que mudar de vida deve ser uma mudança radical, mas, não! O que o Senhor nos pede é uma mudança nos pequenos gestos que podem estar nos afastando da graça de Deus. Ainda que seja difícil a mudança de certos hábitos, se cultivarmos em nossa vida a virtude da fortaleza, conseguiremos vencer todos os obstáculos.
Maria, Porta do Céu, interceda para que a fortaleza nos leve para o Céu!
Um abraço, fiquem com Deus!
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias
Ano 3 – nº 149 – 04/12/2022