A Prudência nos levará ao Céu – Evangelho para o Casal / 1º Domingo do Advento – Mt 24,37-44

Hoje iniciamos um tempo especial para a Igreja: o novo ano litúrgico, no qual começamos novamente a celebrar os mistérios da nossa fé nas cerimônias, festas, solenidades e orações da liturgia. Também iniciamos o tempo do Advento, período forte de conversão no qual precisamos preparar nosso coração para a chegada de Jesus no Natal.

Na segunda leitura de hoje, São Paulo nos exorta sobre a importância de vivermos bem este momento: “Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite já vai adiantada, o dia vem chegando; despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz” (Rm 13,11-12).

Uma forma especial de nos convertermos um pouco mais nesse Advento é retomar nosso firme propósito de santidade

Uma forma especial de nos convertermos um pouco mais nesse Advento é retomar nosso firme propósito de santidade, razão principal da nossa vida e do nosso casamento. Para alcançarmos a santidade, é necessário saber como se ‘faz um santo’. Para a Igreja declarar que uma pessoa alcançou a santidade, é realizado um processo minucioso sobre sua vida para ver se ela viveu na terra as virtudes heroicas.

Quais virtudes? As virtudes cardeais da prudência, da fortaleza, da justiça e da temperança; e as virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade.

Podemos definir virtude como sendo uma “disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si” (CIC 1803).

As virtudes teologais não dependem da nossa vontade pois elas são gratuitas e nós as recebemos no nosso Batismo. Por outro lado, as virtudes humanas são naturais e são iluminadas pelas virtudes teologais.

Cabe um esclarecimento: quando a Igreja fala que a pessoa viveu de forma ‘heroica’ essas virtudes, não quer dizer que houve um enorme esforço pessoal, como se a santidade fosse resultado diretamente da capacidade humana. Embora seja necessária uma educação da vontade, em última instância, quem produz a santidade é a ação da graça de Deus na nossa alma. Foi isso que os santos fizeram: deixaram que a graça divina crescesse em suas vidas a ponto de ordenarem as paixões, vencerem o pecado e florescerem essas virtudes de forma sobrenatural para entrar numa perfeita intimidade como o Senhor já neste mundo.

Neste Advento, iremos meditar sobre as virtudes cardeais. Quatro virtudes são chamadas de cardeais, pois todas as outras se agrupam em torno delas.

Hoje, iremos falar sobre a importância da prudência, virtude fundamental para nosso casamento.

A prudência é a virtude que dispõe a razão prática a discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizá-lo

Alguns confundem a prudência com uma atitude de cautela, ou seja, fazer uma reflexão antes de tomar qualquer atitude para evitar problemas. A virtude cristã da prudência é muito mais do que isso. O Catecismo da Igreja Católica traz uma definição bem precisa: “A prudência é a virtude que dispõe a razão prática a discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizá-lo… É a prudência que guia imediatamente o juízo da consciência. O homem prudente decide e ordena sua conduta seguindo este juízo. Graças a essa virtude, aplicamos sem erro os princípios morais a casos particulares e superamos as dúvidas sobre o bem a praticar e o mal a evitar” (CIC 1806).

De forma mais simples, por meio da virtude da prudência cristã decidimos fazer a coisa certa, pela razão certa (reta razão) e da forma certa (justo meio). Não podemos esquecer que o nosso fim último deve ser tornar Deus conhecido e amado na terra e possuído no Céu.

Mas como usar a virtude da prudência no nosso casamento? Vamos ver algumas situações práticas na nossa casa.

Um cônjuge ter uma bela carreira profissional ou acadêmica que proporcione uma remuneração adequada é bom? Sim, é uma coisa certa! Mas deixamos de exercer a prudência quando abrimos mão do convívio conjugal e ‘terceirizamos’ a educação dos filhos de forma constante na busca incessante de crescer na carreira.

O casal possuir uma casa ou apartamento que proporcione um lar confortável é adequado? Sem dúvida que sim! No entanto, precisamos da virtude da prudência para usar os meios adequados para conseguir ter um imóvel próprio, a fim de que esse desejo não atrapalhe a harmonia conjugal e nem escravize um ou dois cônjuges com dívidas gigantescas.

As mídias digitais são ferramentas importantes para o trabalho, para o lazer e mesmo para a evangelização. Porém, também precisamos exercer a prudência cristã na utilização desses meios em relação ao tempo dedicado, nos conteúdos que acessamos e mesmo antes de fazer uma publicação ou enviar uma mensagem. Também podemos cometer vários erros nessas plataformas digitais como pecados contra a caridade e contra a castidade, chegando, até mesmo, a uma infidelidade conjugal.

Nossos sonhos de ter um casamento santo e formar uma família em Deus não podem desaparecer diante das dificuldades que encontramos.

É tão importante a prudência no nosso matrimônio, que é por meio dela que conseguimos manter vivos os desejos que tivemos quando decidimos nos casar. Nossos sonhos de ter um casamento santo e formar uma família em Deus não podem desaparecer diante das dificuldades que encontramos. Para desenvolver essa virtude, não existem segredos. Precisamos dedicar tempo para a oração pessoal e conjugal, bem como para a vida sacramental (Eucaristia e Confissão frequentes), além de ter uma vida fraterna na Igreja.

Que possamos crescer nas virtudes nesse tempo do Advento, entregando para Jesus um casamento mais santo no Natal.

Maria, Porta do Céu, interceda para que a prudência nos leve para o Céu!

Um abraço, fiquem com Deus!

Márcia e Ronaldo

Comunidade Sara e Tobias

Ano 3 – nº 148 – 27/11/2022

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