Um rei, uma cruz e um casal – Evangelho para o Casal / Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo – Lc 23,35-43

Encerramos o ano litúrgico com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Para comentar este Evangelho, trazemos as palavras do Papa Francisco em sua homilia na Santa Missa no encerramento do Jubileu da Misericórdia em 20/11/2016: “Na verdade, o Evangelho apresenta a realeza de Jesus no auge da sua obra salvadora e fá-lo duma maneira surpreendente. ‘O Messias de Deus, o Eleito, (…) o Rei’ (Lc 23, 35.37) aparece sem poder nem glória: está na cruz, onde parece mais um vencido do que um vencedor. A sua realeza é paradoxal: o seu trono é a cruz; a sua coroa é de espinhos; não tem um cetro, mas põem-Lhe uma cana na mão; não usa vestidos suntuosos, mas é privado da própria túnica; não tem anéis brilhantes nos dedos, mas as mãos trespassadas pelos pregos; não possui um tesouro, mas é vendido por trinta moedas”.

Quando falamos em reinado, pensamos logo naquilo que nos é apresentado em filmes, ou até mesmo, porque não falar, na rainha Elizabeth da Inglaterra, falecida recentemente. Porém, ao proclamarmos Jesus Cristo Rei do Universo, não podemos nos confundir. Pouco antes da cena narrada no evangelho de hoje, vemos que, ao ser questionado por Pilatos se era realmente Rei, Jesus apresentava-se como uma pessoa aparentemente vulnerável, já machucado pelos soldados que o prenderam e sem qualquer pessoa para defendê-lO. É nessas condições que Ele declara Sua realeza. Portanto, a realeza de Jesus não pode ser entendida da mesma maneira que entendemos a realeza neste mundo.

O Reino de Jesus é o Reino do amor de Deus, um amor que acolhe, que transforma, que perdoa, que cura, que restaura, que serve, mas que exige nossa conversão.

O Reino de Jesus é o Reino do amor de Deus, um amor que acolhe, que transforma, que perdoa, que cura, que restaura, que serve, mas que exige nossa conversão. Jesus é Rei no amor infinito que tem a cada um de nós. É Rei que foi pregado numa cruz, para morrer no nosso lugar. É o Rei que venceu a morte e por Ele “temos a redenção, o perdão dos pecados” (Cl 1,14).

O Evangelho de hoje nos mostra alguns personagens com os quais podemos nos identificar como casais:

“Os chefes zombavam de Jesus dizendo: ‘A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!’” (v. 35)

Quando recebemos o sacramento do matrimônio, começamos uma nova família, onde todos são importantes e têm necessidades que precisam ser atendidas.

Quando recebemos o sacramento do matrimônio, começamos uma nova família, onde todos são importantes e têm necessidades que precisam ser atendidas. Não podemos pensar somente em nós mesmos, pois o individualismo no casamento corrói o bom relacionamento familiar.

“Os soldados também caçoavam dele… e diziam: ‘Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!’” (vv.36 e 37)

Muitos são os cônjuges que participam individualmente de um movimento,  pastoral ou comunidade na Igreja, enquanto o outro cônjuge é pouco ou nada participativo. Quando algo não dá certo ou não sai da forma como se era esperado, a resposta do outro é imediata: “Você não estava sempre na Igreja? Pede para o padre te ajudar!” Ou ainda: “Mande a pessoa responsável pelo seu grupo resolver pra você!” Não há cumplicidade no relacionamento. Por isso é tão importante a participação na Igreja como casal.

“Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!’ ” (v. 39).

Algumas vezes, no nosso casamento, queremos recompensa por aquilo que fazemos para Deus.

Algumas vezes, no nosso casamento, queremos recompensa por aquilo que fazemos para Deus. E chegamos até mesmo a fazer chantagem com Deus (como se Deus se importasse com isso). “Só vou à missa se Deus me conceder essa graça! Só rezo se conseguir esse emprego!” E assim vai a nossa lista de desejos e retribuições. Infelizmente, muitos casais só se lembram de Deus quando estão passando por alguma dificuldade. Passando a tribulação, passa também o interesse pelas coisas do Alto. Deus acaba sendo um Pronto-Socorro nas suas vidas e o casal não faz a experiência do amor divino em sua casa.

“Mas o outro o repreendeu, dizendo: ‘Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal’. E acrescentou: ‘Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado’ ”. (vv.40-42)

Em nossa caminhada como casados, é sempre necessário que reconheçamos os nossos erros e assumamos as nossas responsabilidades. O diálogo é fundamental para a harmonia conjugal. Pedir e dar o perdão também é uma ferramenta imprescindível para a saúde do matrimônio. Dessa forma, o casal consegue viver os momentos de provações colocando-se sob a vontade de Deus e tendo a certeza de que o amor de Cristo, que os uniu, fará frutificar a paz em suas vidas.

Quando os cônjuges estão em unidade entre si e com Deus, eles conseguem reconhecer a realeza de Jesus no seu casamento.

Quando os cônjuges estão em unidade entre si e com Deus, eles conseguem reconhecer a realeza de Jesus no seu casamento. Consequentemente, eles assumem Jesus como Senhor de sua vida e de sua família! O matrimônio centrado em Cristo Rei é fecundo e traz frutos de santidade para o mundo. Quando o casal reza junto, participa de um movimento da Igreja juntos, frequenta a Santa Missa juntos, tem os olhos voltados para a mesma direção – – o Céu – ele poderá ouvir de Jesus, o personagem principal do Evangelho de hoje: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso” (v.43).

Esse deve ser o nosso maior desejo como pessoa, como casal e como família: o reinado de Jesus nos corações nessa vida e na Vida Eterna!

Maria, Porta do Céu, acolhe-nos no Reino de Teu filho, Jesus!

Um abraço, fiquem com Deus!

Márcia e Ronaldo

Comunidade Sara e Tobias

Ano 3 – nº 147 – 20/11/2022

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