Não separe o dinheiro o que Deus uniu! – Evangelho para o Casal / 25º Domingo do Tempo Comum – Lc 16,1-13

No Evangelho deste domingo Jesus faz um sério alerta aos discípulos: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (v.13).

Olhando de forma rápida para essa passagem, pode-se ter a impressão de que Jesus era contra o dinheiro. De forma alguma! Jesus mesmo precisou de dinheiro para que o anúncio do Reino de Deus acontecesse. Inclusive, as Sagradas Escrituras narram que Judas Iscariotes, o traidor, era quem ficava com a bolsa de dinheiro para suprir as necessidades dos discípulos e para ajudar os pobres (cf. Jo 13,29). 

Jesus, no Evangelho de hoje, utiliza o verbo servir para se referir a Deus e ao dinheiro. Servir é estar a serviço de algo ou alguém. Jesus está alertando aos discípulos que não podem estar a serviço de Deus e a serviço do dinheiro. O Papa Francisco, em sua homilia na missa celebrada na capela Santa Marta no dia 20 de setembro de 2013, disse algo interessante: “Há algo na atitude de amor pelo dinheiro que nos afasta de Deus”.  Não podemos servir a Deus com o coração apegado ao dinheiro. 

No nosso casamento não deve ser diferente: somos chamados, como casal, a ter uma profunda relação com Deus e deixá-lO conduzir nossa vida em todas as suas áreas, inclusive na financeira. Isso não quer dizer que devamos ser irresponsáveis e deixarmos de trabalhar para buscarmos o sustento da nossa família. 

Nós precisamos do dinheiro para custear as despesas básicas da nossa casa, mas não podemos deixar que ele nos escravize. Muitos cônjuges pagam um preço alto na busca incessante de aumentar os rendimentos, tais como horas de sono mal dormidas, irritação constante em casa e falta de tempo de qualidade com o cônjuge e com os filhos.

Para que um casal esteja equilibrado em sua vida conjugal, em primeiro lugar, ele deve estar com sua vida centrada em Deus. Depois, é necessário estar com sua vida econômica ajustada. Não se trata de ter muito ou pouco dinheiro, mas de saber usar o que tem com equilíbrio e desprendimento, partilhando também com aqueles que nada ou pouco têm. O dinheiro não pode comprar a verdadeira felicidade. Essa vem do coração de Deus e está ao nosso alcance. 

Seguem algumas dicas práticas para uma a gestão adequada das finanças do lar:

Conversar e decidir juntos sobre o orçamento doméstico

Os projetos, desejos e sonhos precisam ser assuntos a serem conversados pelo casal. Gastos maiores como a aquisição bens móveis (ex: eletrodomésticos, carro, etc.) e imóveis (ex: terreno, casa ou apartamento), investir numa pós-graduação ou mesmo programar uma viagem de lazer, tudo isso precisa ser decidido pelo casal. Grandes transtornos são evitados quando os dois estão em comum acordo a esse respeito. É preciso fazer um balanço mensal entre quando se ganha e quanto se gasta a fim de não ‘estourar’ o orçamento da casa. 

Evitar de fazer grandes despesas sem falar com o outro

Não é saudável para o casamento que um cônjuge faça gastos de forma escondida para evitar atritos. Isso apenas joga o conflito para frente, pois a despesa, mais cedo ou mais tarde, aparecerá. Ser transparente nas finanças ajuda a ser transparente nas outras áreas do relacionamento conjugal. O próprio Jesus nos orienta a sermos fiéis nas pequenas e nas grandes coisas (v.10).

Meu dinheiro ou nosso dinheiro?

Alguns cônjuges tentam justificar o gasto com algo, muitas vezes supérfluo, afirmando: “Eu comprei com o meu dinheiro!”. Isso reflete uma falta de maturidade do relacionamento conjugal. Quando casamos, assumimos um projeto de vida em comum e, ainda que apenas um dos cônjuges tenha rendimento, o dinheiro que ele recebe pertence ao casal. Devemos unir nossas vidas em todas as áreas, inclusive na financeira. 

Não esquecer do que é mais importante numa crise financeira 

Dívidas não devem ser causa de brigas entre o casal. Sabendo da dificuldade financeira, é fundamental que os cônjuges se coloquem na presença de Deus e peçam a luz do Espírito Santo para resolver o problema. A partir daí, devem planejar como fazer para sair dessa situação. Porém, não podem esquecer que foi o amor de Cristo que os uniu e que nenhuma dívida ou problema financeiro é maior que isso. Fazer acusações e jogar a culpa um no outro somente piora o problema.

Por fim, devemos crer que Deus provê todas as nossas necessidades e nos dá sempre o necessário para que tenhamos uma qualidade de vida adequada. Ele não quer que corramos atrás de excessos que possam destruir nosso  casamento e até mesmo nos fazer perder a nossa alma. Não é o amor ao dinheiro que deve governar nosso matrimônio, mas o amor de Deus que transborda no nosso amor conjugal. 

Maria, Porta do Céu, que Jesus sempre seja o Senhor da nossa família!

Um abraço, fiquem com Deus.

Márcia e Ronaldo

Comunidade Sara e Tobias

Ano 3 – nº 140 – 18/09/2022 

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