Humildade: fundamento de um casamento santo – Evangelho para o Casal / 22º Domingo do Tempo Comum – Lc 14,1.7-14

O Evangelho deste Domingo nos mostra que Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares à mesa, contou-lhes uma parábola: “Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar”. (vv.8-10)

Jesus não está querendo com essa parábola ensinar regras de etiqueta tais como de que forma se deve sentar à mesa num casamento, mas, sim, quer ensinar-nos a humildade: “Porque quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado” (v.11).

É interessante notar que Jesus usa com frequência parábolas a partir da realidade do casamento como fez no Evangelho de hoje ao falar sobre o comportamento dos convidados numa festa de núpcias. Isso nos leva a refletir sobre a importância do casamento na época de Jesus e como Ele se preocupava com o relacionamento conjugal. Também hoje precisamos colocar o nosso matrimônio sob o olhar de Jesus.

É difícil ser humilde no relacionamento conjugal. Quase sempre queremos ter a palavra final nas decisões conjugais; fazer a nossa vontade em detrimento à vontade do outro; achar que só a nossa opinião é correta e a do outro é sempre errada ou inferior à nossa; apontar sempre os erros do cônjuge, mas não reconhecer as próprias falhas; deixar de pedir perdão quando se ofende o outro; não admitir que somos pessoas diferentes, com temperamentos diferentes e querer que o outro aja conforme nosso jeito de ser.

O que Jesus vem nos ensinar hoje é que devemos ser humildes, nos reconhecer pequenos e dependentes d’Ele, de modo particular no nosso casamento. Nós não somos mais e nem maiores que nosso cônjuge. Na verdade, somos complementares um ao outro. O que falta em um, é completado pelo outro. Deus viu que não era bom o homem estar só e quis dar-lhe uma ajuda adequada (cf. Gn 2, 18). Somos a ajuda adequada do nosso cônjuge.

O cônjuge humilde reconhece e valoriza o que tem de bom no outro cônjuge, também sabe pedir ajuda quando precisa, pois reconhece que necessita dos outros para viver.

Além de exortar sobre a humildade, Jesus continua a parábola dizendo “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa” (v.12).

Assim, Jesus nos ensina como devemos agir em nosso casamento: devemos viver uma vida de doação, nos preocupando mais em dar do que em receber.

O matrimônio não é um sacramento baseado em direitos: porque eu faço isso, eu tenho direito àquilo. Não! Uma família não funciona a partir de direitos, mas sim do serviço. A família deve ter como base o amor. O dar-se a si mesmo sem esperar nada em troca.

Servir ao esposo, servir à esposa não é uma atitude de humilhação. Servir aos filhos não é humilhante. Quando o serviço é feito por amor, ele traz alegria ao coração.

Diversas famílias são destruídas pelo simples fato de não haver entre os cônjuges um amor desinteressado. É o amor que deve determinar as nossas ações e não aquilo que elas vão me trazer de benefício.

Se quisermos construir nossa casa sobre a Rocha, que é o próprio Cristo, temos que mudar a pergunta ‘que vantagem eu vou levar com meu casamento’ para ‘o que eu posso oferecer para meu matrimônio ser melhor?’

Um casamento não pode se sustentar apenas com o desejo de sermos amados ou de sermos felizes, mas com o sincero desejo de amar e de fazer o outro feliz. Esse é o amor gratuito que Jesus vem nos falar no Evangelho de hoje. É essa a vocação à qual fomos chamados quando dissemos nosso sim diante do altar do Senhor. A única recompensa que temos é a certeza de que, quando usamos da graça que sacramento do Matrimônio nos confere, temos uma força maior para trilhar, juntos, o caminho de santidade ao qual fomos chamados.

Maria, Porta do Céu, ensina-nos a ser humildes, amar e servir assim como a senhora o fez.

Um abraço, fiquem com Deus.

Márcia e Ronaldo

Comunidade Sara e Tobias

Ano 3 – nº 137 – 28/08/2022

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