A ararinha-azul e o assassinato de um bebê – Evangelho para o Casal / 13º Domingo do Tempo Comum – Lc 9,51-62

No Evangelho deste domingo, vemos Jesus que, sabendo que a sua missão neste mundo estava terminando, “…tomou a firme decisão de partir para Jerusalém” (v.51). Ao decidir ir para Jerusalém, Jesus sabia o que o esperava: todo o sofrimento da sua paixão e morte na cruz.

O Evangelho narrado por São Lucas nos mostra que, logo que Jesus começa Sua subida para Jerusalém, surgem três tipos de pessoas que queriam ser Seus discípulos, mas que tiveram que se confrontar com as dificuldades do discipulado ou que colocaram condições para seguir o mestre (vv.57-62).

Como casais que querem ser discípulos de Jesus, também temos que aceitar as dificuldades do seguimento a Ele. Não dá para ser um cristão autêntico e ao mesmo tempo ser mundano e concordar com todo o mal que vem se disseminando neste período chamado de pós-modernismo.

Infelizmente, estamos vivendo uma forma de neopaganismo, onde todo o bem que a cristandade conquistou ao longo de vinte séculos, vem sendo retirado progressivamente das sociedades ocidentais por meio do que o Papa São João Paulo II chamou de cultura de morte. Os esforços para a legalização do aborto, a difusão da contracepção e consequente redução da natalidade, a eutanásia, a ideologia de gênero, a erotização das crianças, enfim, tudo faz parte de uma estratégia para criação de uma nova ordem mundial que visa destruir a família e o matrimônio.

Hoje, Jesus quer que trilhemos um caminho de liberdade, onde seremos livres se fizermos a opção radical de segui-Lo, independente das consequências. Por isso, chama a atenção dois fatos que aconteceram neste mês e que foram abordados de forma completamente diferente por boa parte da mídia secular.

No início do mês, houve uma grande euforia em torno do sucesso da reversão do quadro de extinção de uma ave rara do bioma brasileiro: a ararinha-azul. Por meio de grandes esforços, como a criação das aves em cativeiro e depois com a transição para o ambiente selvagem, houve o repovoamento das ararinhas no seu habitat natural, a caatinga brasileira. Os grandes veículos da mídia festejaram esta conquista brasileira.

Na última semana, outro fato foi destaque na mídia: a gravidez de uma menina de 11 anos. A família tentou a realização do aborto mas foi inicialmente impedida por uma juíza. Porém, o Ministério Público conseguiu que se fizesse a interrupção da gravidez, ou seja, que se matasse o bebê de 22 semanas que estava sendo gerado no ventre de sua mãe. A maior parte da mídia secular condenou a juíza que tentou salvar o bebê e, de certa forma, aplaudiu a atuação dos que conseguiram interromper a gravidez.

Foram dois pesos e duas medidas. A grande mídia secular, ao mesmo tempo que aplaudiu a recuperação de uma espécie de ave em extinção, justificou o aborto de um bebê completamente formado. Se quisermos ser fiéis ao Evangelho e ao seguimento de Jesus, não podemos jamais concordar com esta cultura da morte, independente da situação.

Sim, precisamos cuidar bem da Criação e trabalhar pelo bem das espécies animais ameaçadas de extinção, como as tartarugas-marinhas, o mico-leão-dourado e a ararinha-azul. Mas, mais ainda, precisamos cuidar do homem desde a sua concepção até o seu fim natural! Não é possível ficarmos inertes frente ao assassinato do ser humano na sua fase de maior fragilidade, a vida intra-uterina.

O Catecismo da Igreja, no seu parágrafo 2270 é muito claro em seu ensinamento: “A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção”. E o parágrafo 2271 assim determina: “Desde o século I, a Igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou. Continua invariável. O aborto direto, quer dizer, querido como um fim ou como um meio, é gravemente contrário à lei moral”.

O Catecismo ainda traz uma referência ao Didaquê, o catecismo da Igreja primitiva: “Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido”.

Assim como Jesus, tomemos a firme decisão de segui-lo dentro do nosso casamento, independente do que teremos que enfrentar por nossas escolhas. Após fazer a experiência da presença do Senhor, não podemos voltar à escravidão do pecado. É o que São Paulo vai dizer na segunda leitura deste domingo: “Sim, irmãos, fostes chamados para a liberdade. Porém, não façais dessa liberdade um pretexto para servirdes à carne” (Gl 5,13).

Que Santa Gianna, patrona da defesa da vida e da família, interceda para que sejamos fiéis ao Evangelho e trabalhemos pela defesa da vida.

Maria, Porta do Céu, obrigado por gerar em seu ventre o nosso Salvador!

Um abraço, fiquem com Deus.

Márcia e Ronaldo

Comunidade Sara e Tobias

Ano 3 – nº 128 – 26/06/2022 

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