No Evangelho de hoje, São Lucas relata que “Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele” (v.18). Ali, perguntou-lhes quem o povo dizia que Ele era e depois quem os próprios discípulos diziam ser Ele. Aqui temos a conhecida pergunta de Jesus, que continua sendo repetida para cada um de nós até o dia de hoje: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
Para que nós, casais, tenhamos intimidade com o Senhor para poder responder a esse questionamento de Jesus, é preciso que nos retiremos para rezar. O que significa isso? É necessário que o casal reze junto, não somente quando vai à Santa Missa, mas que, na correria do dia-a-dia, retire um tempo para estarem “juntos” e a sós com Jesus. Quando o casal reza junto, confirma que estão unidos em nome do Senhor. É nessa intimidade com o Senhor que poderemos ouvir Sua voz e poderemos saber verdadeiramente quem Ele é para nós e para o nosso casamento.
É também na intimidade com Jesus que descobrimos nossa verdadeira vocação: sermos santos! Porém, a santidade não se faz sem a cruz!
A celebração do matrimônio não é uma parte de um conto de fadas, mas uma história real, em que um homem e uma mulher, queridos e amados por Deus, selam sua união diante do Altar do Senhor.
Ao darem-se o consentimento matrimonial, o casal recebe a graça do sacramento do matrimônio. Assim, juntos, terão a força do Alto para ajudarem um ao outro a carregar as suas cruzes e aquelas que virão após o casamento. Cruzes que nos ajudam a trilhar o caminho rumo ao céu.
Assim é o seguimento de Jesus: Tomar a cruz como Ele! Por amor e com amor!
Tomar a cruz e seguir Jesus é uma proposta que Ele faz a nós: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me” (v.23).
Com essas palavras, Jesus não faz uma maldição, pelo contrário, nos propõe um caminho de felicidade. Para nossa realidade conjugal, podemos traduzir: “Se alguém quer ter um casamento centrado em Jesus, renuncie aos seus comportamentos egoístas, assuma sua missão de cônjuge e pai (ou mãe) e se santifique no cotidiano da vida familiar”.
Pode parecer estranho, principalmente aos olhos do mundo, mas temos um tesouro escondido no nosso casamento: alcançar a santidade por meio das atividades corriqueiras, como o cuidado e a educação dos filhos, os afazeres domésticos, o trabalho braçal ou intelectual, enfim, tudo o que envolve a realidade conjugal e familiar, que é feito com amor. Também podemos converter essas pequenas cruzes rotineiras em oportunidades de crescermos espiritualmente.
Disse São Josemaria Escrivá: Que formosas essas cruzes no cimo dos montes, no alto dos grandes monumentos no pináculo das catedrais!… Mas também é preciso inserir a Cruz nas entranhas do mundo. Jesus quer ser levantado ao alto, aí: no ruído das fábricas e das oficinas, no silêncio das bibliotecas, no fragor das ruas, na quietude dos campos, na intimidade das famílias, nas assembleias, nos estádios… Onde quer que um cristão gaste a sua vida honradamente, aí deve colocar, com o seu amor, a Cruz de Cristo, que atrai a Si todas as coisas”.
Acolhendo com generosidade nossa missão conjugal e familiar, iremos responder com nossa vida quem é Jesus no nosso casamento.
Maria, Porta do Céu, ajuda-nos a alcançar a santidade carregando com amor as nossas cruzes.
Um abraço, fiquem com Deus.
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias
Ano 3 – nº 127 – 19/06/2022