É com a alegria de Jesus ressuscitado que faremos a reflexão do Evangelho para o Casal neste 2º Domingo da Páscoa, dia em que celebramos a Festa da Divina Misericórdia.
O Domingo da Divina Misericórdia foi instituído oficialmente por São João Paulo II em 30 de abril de 2000, dia da canonização da Irmã Faustina. Desde então, o mundo celebra a Festa da Divina Misericórdia no domingo seguinte à solenidade da Páscoa. É um dia de reconhecer e dar graças pela Misericórdia Divina.
Em uma revelação privada, Jesus mostrou a Santa Faustina a grandiosidade e os benefícios concedidos a quem verdadeiramente vivencia esta festa. “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pobres pecadores. (…) Neste dia estão abertas as entranhas da Minha Misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre aquelas almas que se aproximam da fonte da Minha Misericórdia. A alma que for à confissão e receber a Sagrada Comunhão obterá remissão total das culpas e das penas. Nesse dia estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais se derramam as graças. Que nenhuma alma receie vir a Mim, ainda que os seus pecados sejam tão vivos como escarlate.” (D 699)
No domingo passado, iniciamos a meditação de algumas estações da Via Lucis, adaptando-as à nossa realidade conjugal e familiar. Hoje, iremos dar continuidade a esta reflexão, que terminaremos na próxima semana. O Evangelho deste domingo encontra-se em algumas das estações que iremos refletir.
V Estação: Jesus parte o pão com os discípulos de Emaús – (Lc 24,28-35)
Depois que se pôs à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles (v.30).
Jesus sabia das dificuldades que teríamos após a sua partida. Por isso, quis nos deixar o melhor alimento para nossa alma: a Eucaristia. Foi na fração do pão que os discípulos de Emaús reconheceram o Senhor.
No santo Sacrifício da missa, nós podemos deixar as Sagradas Escrituras queimarem nossos corações e também podemos nos alimentar do Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Jesus. Depois de participar da missa, nossa família conseguirá exclamar como os discípulos de Emaús: O Senhor ressuscitou verdadeiramente! Cada missa é uma Festa da Misericórdia.
VI Estação: Jesus encontra os Apóstolos no Cenáculo (Lc 24,36-48)
Enquanto ainda falavam, o próprio Jesus apresentou-se no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” (v.36).
Diante de tudo o que havia acontecido a Jesus, os apóstolos ficaram escondidos com receio de que poderiam ter o mesmo destino. Além do medo, também havia o sentimento de tristeza e de que tudo havia fracassado. Mas eis que o Senhor aparece e diz: “A paz esteja convosco!”
A falta de paz talvez seja a maior dificuldade dos lares e do convívio familiar. Há muitos problemas de comunicação entre os cônjuges, dos pais com os filhos, entre os irmãos ou com outros familiares. Jesus veio para restaurar todos estes relacionamentos e trazer a Sua paz e Misericórdia. Para que isso aconteça, Ele deve ser alguém que está presente em nossa casa em todos os momentos, alguém que senta à nossa mesa e conversa conosco.
VII Estação: Jesus concede aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados (Jo 20,19-23)
“A quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos” (v.23).
Nesta estação, nos é apresentado o encontro de Jesus Ressuscitado com os seus discípulos, após Sua paixão e a morte na cruz. Jesus reencontra os seus discípulos e deseja-lhes a paz. Sopra sobre eles o Espírito Santo e lhes concede a missão de perdoar os pecados.
Recebemos o perdão de Deus pelo sacramento da Confissão, quando podemos experimentar concretamente o poder da Misericórdia de Deus. Esse sacramento tem o poder de curar nosso coração e, consequentemente, pode restaurar nosso relacionamento conjugal e familiar.
Na oração do Pai Nosso, pedimos a Deus que perdoe os nossos pecados, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Portanto, além de pedirmos perdão a Deus, temos também que sempre perdoar nosso cônjuge e filhos quando estes nos ofendem. Além disso, temos também que pedir perdão a eles quando erramos. Perdoar e pedir perdão é uma forma de manter a paz de Jesus nas nossas famílias.
VIII Estação: Jesus encontra-se com Tomé (Jo 20,24-29)
“Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão, coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê” (v.7).
Assim como Maria Madalena, os discípulos testemunham que viram o Senhor. Porém, Tomé, um dos doze, não estava com eles quando isso aconteceu e duvidou dessa verdade.
Após fazermos uma experiência com Jesus, precisamos nos aprofundar na fé por meio de uma sólida formação doutrinal. É necessário que conheçamos melhor os fundamentos da nossa fé, tanto do ponto de vista pessoal como conjugal. Uma boa formação nos ajudará a crescer no conhecimento e no amor a Jesus Cristo. Senão, corremos o risco de ser como Tomé que esteve com Jesus durante toda a Sua missão, mas estava fora quando Jesus apareceu aos discípulos, e duvidou quando lhes disseram que Ele havia ressuscitado e aparecido a eles.
Muitas vezes, também podemos ter dificuldades de acreditar na presença de Jesus vivo em nosso meio. Estamos tão ocupados com os afazeres domésticos, com o trabalho, com as mídias sociais e com tantas coisas supérfluas do dia-a-dia que também corremos o risco de perder a oportunidade de nos encontrarmos com o Senhor ressuscitado em nossa casa e de tocá-lO. Afinal, podemos encontrar e tocar em Jesus no abraço do nosso cônjuge, no perdão que damos um ao outro, no carinho dos nossos filhos, no diálogo conjugal, nas orações em família e tantas outras formas.
“Jesus, eu confio em Vós! ”. Que esta breve jaculatória nos ajude a professar a nossa fé no Cristo Ressuscitado que nos mostra as Suas chagas gloriosas e nos permite tocá-las para mergulharmos na Sua Divina Misericórdia.
Maria, Porta do Céu, ajude a nossa família a vivenciar a imensa Misericórdia de Deus.
Um abraço, fiquem com Deus.
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias
Ano 3 – nº 119 – 24/04/2022