Que o amor do Pai cure os nossos relacionamentos – Evangelho para o Casal / 4º Domingo da Quaresma – Lc 15,1-3.11-32

O quarto domingo da Quaresma traz o belíssimo relato da parábola do Filho Pródigo, que bem poderíamos chamar de parábola do Pai Misericordioso, pois, mais importante que o filho que gasta todos os seus bens, é o amor do pai que o aceita de volta mesmo com todos os erros cometidos.

Esta parábola traz alguém que parece fora de contexto: o irmão mais velho, que fica com raiva pela acolhida do irmão mais novo e não participa da alegria da festa. Ele chega mesmo a alegar uma possível injustiça, a que o pai responde: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado” (vv.31-32).

Continuando a reflexão das práticas penitenciais da Quaresma – jejum, oração e esmola – vamos meditar hoje sobre esta última, que também podemos chamar de caridade.

Vivemos num mundo complexo, onde vemos vários sinais da ação do mal. Muitas vezes até questionamos o amor de Deus, que permite sofrimentos como esta guerra na Europa que acontece nestes dias. A este mistério da presença do mal no mundo também chamamos de mistério da iniquidade.

A esse respeito, o Catecismo da Igreja Católica esclarece: Se Deus Pai todo-poderoso, Criador do mundo ordenado e bom, cuida de todas as suas criaturas, por que então o mal existe? Para esta pergunta, tão premente quão inevitável, tão dolorosa quanto misteriosa, não há uma resposta rápida. É o conjunto da fé cristã que constitui a resposta a esta pergunta: a bondade da criação, o drama do pecado, o amor paciente de Deus que se antecipa ao homem por suas Alianças, pela Encarnação redentora de seu Filho, pelo dom do Espírito, pelo congraçamento da Igreja, pela força dos sacramentos, pelo chamado a uma vida bem-aventurada, à qual as criaturas livres são convidadas antecipadamente a assentir, mas da qual podem, por um terrível mistério, abrir mão também antecipadamente. Não há nenhum elemento da mensagem cristã que não seja, por uma parte, uma resposta à questão do mal” (CIC 309).

Em outra parte, o Catecismo também nos orienta: “Cremos firmemente que Deus é o Senhor do mundo e da história. Mas os caminhos de sua Providência muitas vezes nos são desconhecidos” (CIC 314).

Apesar do mistério do mal, há uma mão poderosa guiando o mundo e a história! Mas o que nós podemos fazer frente ao sofrimento que o mal provoca? Nós podemos amar!

Sim, por meio da conversão do coração que esta Quaresma nos pede, nós podemos refletir o amor de Deus em todos os nossos relacionamentos. Dos três personagens desta parábola, nós somos tanto o filho mais novo que gasta a graça de Deus no pecado como o filho mais velho que, na sua soberba, se considera mais justo e merecedor do amor do pai. Mas o convite que o Evangelho nos faz é rejeitar o comportamento destes dois filhos e imitar a misericórdia do pai.

De modo particular, os gestos de caridade podem transformar nosso casamento e curar as feridas do mal, tanto no nosso coração como no coração do nosso cônjuge e filhos. É por este motivo que o Matrimônio é considerado um sacramento de serviço, onde somos chamados a servir nossa família e a sociedade por meio da caridade.

Frente à irritação do cônjuge que chega em casa cansado depois de um dia de trabalho exaustivo, nós podemos responder com compreensão. Mediante às falhas de um familiar, podemos oferecer perdão. Diante das atitudes de um filho que nos desagrada com seu comportamento, nós podemos corrigi-lo com firmeza, mas com amor.

Deus nos chama a praticar a caridade com todas as pessoas, inclusive com aquelas que não conhecemos. Não podemos eliminar todo o mal no mundo, mas podemos ser um casal que irradia o amor de Deus nas realidades das quais fazemos parte. Tenhamos a certeza de que a gratuidade das nossas boas obras será recompensada no Céu.

Maria, Porta do Céu, que o amor de Deus seja o fundamento do nosso casamento!

Um abraço, fiquem com Deus.

Márcia e Ronaldo

Comunidade Sara e Tobias

Ano 3 – nº 116 – 27/03/2022

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