Nada pode nos separar do amor de Cristo!

A Igreja nos ensina que a graça de Deus chega a nós pelos sacramentos, assim é possível viver a fidelidade independente das circunstâncias que vivemos, sejam elas boas ou ruins.

Meu nome é Ana Paula, sou casada com o Reginaldo (Morgado) há 19 anos, e somos pais da Emanuela, hoje com 17 anos, da Amanda que está com 14 anos, e da Ana Vitória de 7 anos.

No final do ano de 2020 fui diagnosticada com um câncer de mama. Receber essa notícia foi algo extremamente difícil, compartilhar com minha família e amigos foi algo muito doloroso. Enfrentar o tratamento exigiu de nós muita fé. Ao final de 7 meses foram 16 sessões de quimioterapia e uma cirurgia.

Apesar de vivermos tempos turbulentos a graça, a misericórdia e a providência de Deus nos alcançaram. A doença já estava instalada há mais de um ano antes que o diagnóstico fosse confirmado. Pedi a Deus que não permitisse que o câncer progredisse, que eu tivesse forças para passar por todo tratamento e que providenciasse um bom médico para cuidar de mim. E assim aconteceu, o tumor respondeu muito bem as químios, teve uma redução considerável de tamanho e foi totalmente retirado na cirurgia. Após análise em laboratório, constatou-se que de toda a massa tumoral havia restado apenas 2% de células cancerígenas. O câncer não se espalhou e ficou retido em um linfonodo axilar do tamanho de 1/3 de um grão de arroz, que também foi removido cirurgicamente.

Precisei me afastar do trabalho para fazer o tratamento e passei a ficar em casa em tempo integral. Devido à pandemia não podia sair, nem receber visitas. O tratamento me deixava bastante cansada, porém consegui acompanhar as meninas em suas rotinas escolares e elas passaram a assumir algumas tarefas domésticas. Meu esposo passou a ser o “máster chef” da casa, uma vez que eu não conseguia mais cozinhar, pois eu passava mal com o cheiro dos alimentos. Esse contato mais próximo favoreceu e fortaleceu nossa vida familiar e de oração. Rezávamos todos os dias o terço às 18 horas, minha filha mais velha fez um pote de oração, e enquanto eu estava nas sessões de quimioterapia, as meninas e minha mãe sorteavam uma oração para intercederem por mim. Também passamos a dialogar mais. O Senhor sustentou nossa fidelidade, nossa conjugalidade, nossas responsabilidades, a graça de Deus nos visitou pelo sacramento do matrimônio. Meu esposo foi exemplo de doação e serviço. Eu percebia os atos de serviço da minha família como demonstrações de amor, e isso foi alimento e remédio para mim.

A vivência dos sacramentos também foi experimentada de forma mais profunda, enquanto pude, fui à missa diariamente, e quando não pude mais ir, devido às restrições da pandemia e do tratamento, recebia a sagrada Eucaristia pelas mãos do meu esposo, que é ministro.

O tratamento exigiu de mim um esforço muito grande para me alimentar, precisava de proteína, principalmente de carne vermelha para evitar anemia, mas confesso, que havia dias em que não conseguia comer. Um dia, em minhas orações senti o Senhor me dizer: “você não precisa de um bom bife, você precisa se alimentar do meu corpo e do meu sangue”.

Durante todo o processo terapêutico os resultados dos meus exames de sangue foram muito satisfatórios, ficando muito próximos do limite inferior da normalidade.

Antes de iniciar a administração da quimioterapia e da realização da cirurgia recebi a unção dos enfermos, que me ajudaram muito na recuperação e manutenção da minha saúde. Também tive a graça de me aproximar de sacerdotes ungidos por Deus que foram força e direcionamento nesse processo. Um deles me disse com muita firmeza: “Tu faz tudo que os médicos te mandarem”! Eu segui a risca todas as recomendações médicas.

Nossa vida fraterna foi ampliada e expandida. Tivemos o apoio de muitos familiares, amigos, e da Comunidade e família Sara e Tobias, irmãos de fé que intercederam por nós durante todo esse período, foram inúmeras orações, vigílias, novenas, mensagens e atitudes de apoio. Eu sabia que sempre havia alguém rezando por mim. A oração dos irmãos foi nosso sustento!

Nos momentos de maior sofrimento me lembrava das dores de nosso Senhor na cruz, e de todo o seu sacrifício de amor por nós. Em nenhum momento me perguntei por que eu? A minha pergunta era ao contrário, por que não eu? O que tenho que aprender com isso? Sempre fui uma pessoa reservada, abrir a minha vida e meu sofrimento para que as pessoas me ajudassem foi uma das maiores curas que pude ter. Passar pelo vale da sombra da morte e perceber com mais clareza a finitude da vida me fez enxergá-la de um jeito diferente. A doença me aproximou mais de mim mesma, dos outros e de Deus. Passei a deixar de lado as coisas insignificantes para dar valor ao que importa: ver o Cristo no outro. Isso me ensinou a viver melhor o presente, a reclamar menos, a agradecer mais, e a observar mais a árvore do deserto que a areia seca. Muito mais que uma cura no corpo, fui curada na alma!

Se vivemos ou se morremos, na alegria e na tristeza, na saúde ou na doença….somos de Deus e nada, a não ser nós mesmos, pode nos separar de Seu amor.

Louvado seja O nosso querido Jesus Cristo!

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