Pra que casar? /Evangelho para o Casal / 27º Domingo do Tempo Comum – Mc 10,2-16

Será que é necessário que o homem e a mulher se casem? Existem motivos convincentes de que vale a pena a vida de casado? O melhor não seria viver sem compromissos e sem vínculos afetivos permanentes?

A liturgia deste domingo responderá essas inquietações que surgem no coração de muitos jovens e adultos nos dias de hoje.

Na primeira leitura, vemos o relato da Criação do homem e da mulher: Então o Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão. Quando este adormeceu, tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com a carne. Depois, da costela tirada de Adão, o Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão. Adão exclamou: “Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’ porque foi tirada do homem”. (Gn 2,21-23). 

Esta passagem nos mostra que a união entre o homem e a mulher foi desejada por Deus. Fomos criados com sexos diferentes para que possamos nos complementar. No casamento, homem e mulher se completam com as suas diferenças físicas, biológicas, psicológicas e espirituais.  Coisas que temos dificuldades para fazer, situações em que não sabemos como agir, podem ser feitas e resolvidas pelo nosso cônjuge. Isso não somente nos relacionamentos interpessoais, mas também na busca pela santidade.

No dia em que nos casamos, recebemos nosso cônjuge de uma forma e, se cumprirmos a missão do casamento, ao terminarmos nossa peregrinação neste mundo, poderemos devolvê-lo para Deus de uma forma aprimorada.

Neste mesmo sentido, no Evangelho Jesus deixa claro que o matrimônio é um sacramento instituído por Deus: “…, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe!” (vv.6-9).

Já na época de Jesus, o casamento era um assunto delicado. Tanto que o trecho evangélico começa com os fariseus querendo pô-Lo à prova perguntando a respeito do adultério (v.2) e continua com as dúvidas dos discípulos sobre esse mesmo assunto.

Frente à pergunta da permissão do divórcio, Jesus responde com uma outra pergunta: “‘O que Moisés vos ordenou?’ Os fariseus responderam: ‘Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la’ (vv.3-4).

A partir dessa resposta dos fariseus, Jesus profere uma belíssima catequese sobre o matrimônio dizendo que Moisés escreveu esse mandamento por causa da dureza do coração do homem, que foi corrompido pelo pecado. Mas o casamento entre homem e mulher foi sonhado e querido por Deus e, por isso, não é permitido ao homem separar o que Deus uniu.

Então, se não existia divórcio no início da Criação, como era então o relacionamento entre homem e mulher?

São João Paulo II respondeu esta pergunta ao desenvolver a Teologia do Corpo. Ao analisar com profundidade qual era o projeto inicial de Deus, ele comenta justamente este primeiro relato da Criação. São João Paulo II observou que não é somente verdade que o homem individualmente é imagem de Deus, mas também a diversidade de homem e mulher, de alguma forma, é imagem de Deus.

Há uma desordem que gera um relacionamento conflitivo entre homem e mulher. O Catecismo da Igreja Católica explica a causa dessa desordem: Segundo a fé, essa desordem que dolorosamente constatamos não vem da natureza do homem e da mulher, nem da natureza de suas relações, mas do pecado. Tendo sido uma ruptura com Deus, o primeiro pecado tem, como primeira consequência, a ruptura da comunhão original do homem e da mulher. Suas relações começaram a ser deformadas por acusações recíprocas, sua atração mútua, dom do próprio Criador, transforma-se em relações de dominação e de cobiça; a bela vocação do homem e da mulher para ser fecundos, multiplicar-se e sujeitar a terra é onerada pelas dores de parto e pelo suor do ganha-pão (CIC 1607).

Ou seja: Jesus está afirmando que no princípio o relacionamento entre homem e mulher não era desordenado e que na raiz do ser homem e do ser mulher existe uma harmonia. E esta harmonia se perdeu por causa da ‘dureza dos nossos corações’. Esta é a solução: nossos corações precisam ser ‘quebrados’ pela Graça de Deus.

Então, casar pra quê? Para ser uma pessoa melhor, para fazer o seu cônjuge melhor, para ser santo e restabelecer o plano original de Deus: homem e mulher unidos de corpo, de alma e de coração, refletindo Deus e caminhando juntos rumo ao Céu.

Maria, Porta do Céu, interceda para que o nosso casamento seja santo!

Um abraço, fiquem com Deus.

Márcia e Ronaldo

Comunidade Sara e Tobias

Acesse o Youtube e inscreva-se em nosso canal

div#stuning-header .dfd-stuning-header-bg-container {background-image: url(http://www.saraetobias.com.br/wp-content/uploads/2020/08/banner2-min-1.jpg);background-size: cover;background-position: center center;background-attachment: scroll;background-repeat: no-repeat;}#stuning-header div.page-title-inner {min-height: 350px;}