O Evangelho de hoje, narrado por São João, nos apresenta o relato da multiplicação dos pães. Este milagre foi tão marcante na vida dos discípulos que foi descrito pelos quatro Evangelistas.
O texto bíblico relata que quando Jesus viu a grande multidão que vinha ao Seu encontro, quis alimentá-la. Santo André, um dos discípulos, percebendo que havia entre a multidão um menino com cinco pães e dois peixes, o levou até Jesus, porém, questionando o que seria aquilo para tamanha quantidade de gente (vv. 8 e 9).
Com esses alimentos em mãos, Jesus pediu que seus discípulos fizessem com que as pessoas se sentassem na relva. Depois agradeceu o alimento e o distribuiu ao povo. Todos ficaram saciados e ainda sobraram doze cestos.
Assim como Jesus pediu aos discípulos para que fizessem com que o povo se sentasse na relva, Ele também pede a nós para aquietarmos o coração e acalmarmos a agitação da nossa mente, para que os pensamentos focados nos filhos rebeldes, nas contas a pagar ou no familiar doente se voltem a Deus e, assim, possamos oferecer aquilo que temos para que Ele possa agir na nossa vida.
O nosso pouco, para se multiplicar, tem que ser colocado nas mãos de Jesus. Às vezes podemos fazer somente uma breve oração para a conversão e santificação dos nossos filhos, mas não fazemos porque achamos que isso não é suficiente. Às vezes, podemos participar somente de uma missa a mais na semana, mas questionamos o que Deus pode fazer com isso diante do sofrimento de uma crise conjugal. No final das contas, nada fazemos e o milagre não acontece.
Colocamos limites à ação de Deus no nosso casamento e nos comportamos como São Filipe e Santo André que não acreditaram que Jesus poderia fazer um grande milagre.
Porém, Jesus quer e pode fazer grandes prodígios na nossa família! Para Deus o mais importante não é a quantidade daquilo que se dá, mas aquilo que entregamos a Ele de coração, ainda que seja uma lágrima, um sorriso, uma visita breve ao Santíssimo Sacramento. Se hoje podemos dar a nossa pequena fé ou ainda o nosso arrependimento por não sermos pessoas melhores, Jesus vai multiplicar estes ‘cinco pães e dois peixes’ para alimentar nossa família muito além daquilo que precisamos. E as bênçãos recolhidas do nosso matrimônio poderão ser partilhadas com muitos casais que, como nós, têm fome de Deus.
Mas porque Deus parece demorar para agir? O Evangelho nos mostra que Jesus já sabia o grande milagre que iria realizar, mas pôs São Filipe à prova. O Pai sabe de todas as nossas necessidades, mas pode provar a nossa a fé para poder multiplicá-la também.
Além disso, o tempo de Deus não é o nosso e Ele tem uma meta para o nosso casamento e para a nossa família: a salvação. O salmo que a liturgia nos apresenta ensina que: “Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam e vós lhes dais no tempo certo o alimento” (Sl 144,15). Ou seja, Jesus atenderá nossos pedidos quando for o melhor momento e somente se isso contribuir para nossa santificação.
Neste domingo, celebramos o primeiro Dia Mundial dos Avós e dos Idosos. Que saibamos acolher aqueles que transmitiram aos nossos pais o dom da vida e que multiplicaram o dom da fé para que ela chegasse até nós. E que como Sara e Tobias também nós possamos chegar a uma alegre velhice (Tb 8,10).
Maria, Porta do Céu, que saibamos dar o nosso pouco a Teu Filho Jesus!
Um abraço, fiquem com Deus!
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias
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