Ofereça a Deus suas tribulações!

O momento que estamos vivendo é, para muitos de nós, o período de maior sofrimento que já enfrentamos. Sofremos por medo de sermos contaminados. Sofremos pelo distanciamento que nos é exigido. Sofremos pela perda do emprego. Sofremos pela condição financeira apertada. Milhares de nós sofrem pela perda de entes queridos, sem poder se despedir dignamente e sem poder receber o consolo dos que nos amam. Todo esse sofrimento é sim real, mas é preciso ter confiança Naquele que sofreu imensamente mais por nós para nos livrar de todo pecado.

São Paulo nos fala sobre a insignificância dos nossos sofrimentos (tribulações). Claro que ele não está menosprezando nossas dores, mas quer deixar claro que Deus há de nos salvar, e que, mesmo se nosso exterior estiver destruído, o nosso interior precisa estar renovado a cada dia. Nos versículos 17 e 18 do capítulo 4 da segunda carta aos Coríntios, Paulo nos diz:

“Com efeito, o volume insignificante de uma tribulação momentânea acarreta para nós uma glória eterna e incomensurável. E isso acontece, porque voltamos os nossos olhares para as coisas invisíveis e não para as coisas visíveis. Pois o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno.”

Quando ele fala “o volume insignificante de uma tribulação momentânea”, é para que tenhamos a certeza de que o nosso sofrimento, por maior que seja, sempre será pequeno se comparado ao que Jesus sofreu, e será curto, não importa o tempo que dure, se compararmos com a vida eterna que Deus nos preparou.

Acontece que, se estamos distantes de Deus isso parece loucura para nós. Como acreditar que o nosso sofrimento é insignificante? Como imaginar que os anos de sofrimento por uma determinada tribulação é pouco tempo? Nós jamais seremos capazes de entender e viver essa verdade se não estivermos vivendo de forma plena e profunda a busca por Deus. É fato que, muitas vezes, por mais que O busquemos, ainda nos sentimos distantes, mas se estivermos tentando com sinceridade de intenção, isso já nos fortalece.

Santa Catarina de Gênova dizia: “Para chegar à união com Deus são necessárias as tribulações; porque o Senhor, por meio delas, procura destruir em nós as más inclinações interiores e exteriores.” Alguma vez você já passou pela situação de estar vivendo uma tribulação e, por causa dela, começou a rezar muito mais do que normalmente reza? Notou que o rezar mais transformou-se, também, em uma oração de melhor qualidade? Mais profunda. Se você passou por situação semelhante é certo que teve vontade de rezar ainda mais e buscar uma proximidade maior com Deus. Proximidade essa que, quando alcançada permite vencer nossos medos e encontrar a paz. Através dessa vida íntima com Deus deixamos nossas más inclinações e lutamos para fugir do pecado.

Padre Pio, o Santo de Pietrelcina, sofreu todo tipo de tentações e tribulações durante sua vida. De saúde frágil, alimentava-se pouco devido ao vômito incontrolável que o afligia; fortes enxaquecas e febre tão alta que chegava quebrar o termômetro; recebeu os estigmas de Cristo que lhe causaram dores e vergonha (pelos sinais visíveis) por 50 anos; foi acusado injustamente de relacionar-se com as mulheres que confessava, mas apesar de todo esse sofrimento, dizia: “Bendita seja a crise que te faz crescer, a queda que te faz olhar para o Céu, o problema que te faz buscar a Deus.” Em uma partilha com um irmão da Comunidade nos questionamos: Por que temos que ter problemas para nos aproximar de Deus? Não podemos buscar estar na sua presença todos os dias, independente da condição que nos encontramos? Mas se essa é a forma que Deus encontra para nos aproximar Dele, então não podemos desperdiçar a oportunidade e nem enfrentar com murmuração e tristeza, devemos vive-las com fé, esperança e certeza que Ele cuida de tudo em nossa vida e sabe melhor que nós mesmos o que nos faz bem.

Em nossas vidas haveremos sempre de ter tribulações, sejam elas pequenas ou grandes, que causem dor física ou espiritual, não importa, o que precisamos é estar ao lado de Deus para suportá-las com esperança e fé. Aproveitemos nossas tribulações para nos aproximar do Senhor. Ofereçamos o medo que muitas vezes temos da doença e da morte a Deus, pela conversão dos pecadores; pelas almas do purgatório; pela cura dos doentes. São Francisco de Sales dizia: “Se caíres numa doença, oferece as tuas dores, a tua prostração e todos os teus sofrimentos a Jesus Cristo, suplicando-lhe de os aceitar em união com os merecimentos de sua Paixão.”

Enfrentemos nossas tribulações com a convicção que estamos exilados neste mundo e que o nosso lugar é o céu. Devemos a todo momento buscar a vida eterna em Cristo, portanto o que vivemos aqui é sempre passageiro. Padre Pio dizia: “Tem paciência por um pouco mais de tempo, tudo será para teu bem.” Sejamos pacientes com o mal que nos aflige e busquemos incansavelmente agradar ao Senhor e confiar na sua misericórdia.

 

Edson Baratto

Membro consagrado da Comunidade Sara e Tobias

div#stuning-header .dfd-stuning-header-bg-container {background-image: url(http://www.saraetobias.com.br/wp-content/uploads/2020/08/banner2-min-1.jpg);background-size: cover;background-position: center center;background-attachment: scroll;background-repeat: no-repeat;}#stuning-header div.page-title-inner {min-height: 350px;}