Queridos casais, a paz de Jesus!
Vocês sabiam que vocês vivem uma realidade maior do que vocês mesmos?
O Evangelho de hoje, escrito pelo evangelista São Marcos, relata o batismo do Senhor. Jesus, que não tinha necessidade de ser batizado porque não tinha pecado e não precisava se converter, quis passar pelo batismo de conversão de João antes de iniciar o seu ministério, a fim de cumprir a vontade do Pai.
Ao meditarmos esse trecho do Evangelho, é fundamental compreendermos que, a partir do momento que recebemos os Sacramentos da Igreja, passamos a viver realidades que ultrapassam o nosso entendimento. Isso acontece de forma especial com o Batismo. O Catecismo da Igreja Católica nos diz que ‘Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes da sua missão’ (CIC 1213).
Os demais Sacramentos também nos conferem dons específicos. Nós, casais, assumimos uma realidade particular no mundo quando recebemos o Sacramento do Matrimônio. Ele, juntamente com o Sacramento da Ordem, é um Sacramento de serviço e, se contribui também para a salvação pessoal, é através do serviço aos outros que o faz. Confere uma missão particular na Igreja, e serve para a edificação do povo de Deus” (cf. CIC 1534).
Mas, de modo mais específico, qual é objetivo do nosso casamento?
Para iluminar nossa reflexão, faremos uma analogia do casamento com o rio Jordão, local onde Jesus foi batizado. Este rio, que é mencionado várias vezes nas Sagradas Escrituras, possui características não encontradas em nenhum outro local: boa parte dele está dentro de uma falha geológica, por isso é o rio mais baixo do mundo. Ele percorre o norte de Israel, atravessa sua costa oriental, forma o Mar da Galileia e depois deságua no Mar Morto. Apesar de atravessar regiões áridas, suas águas tornam as margens fecundas, fazendo com que fiquem sempre férteis. Ainda hoje, é uma das principais fontes de água de Israel. O rio Jordão termina no Mar Morto que, devido a sua grande concentração de sal, não permite que nenhum peixe sobreviva nele, apenas poucos seres vivos.
E o que isso tem a ver conosco e com o nosso casamento? Na nossa vocação conjugal, podemos ser como o rio Jordão. Se cumprirmos bem nossa missão, conseguiremos trazer vida e fecundidade para nossa família e para as pessoas com quem convivemos. Mas, se deixarmos Deus de lado e optarmos por priorizar as coisas mundanas, seremos como as águas do Mar Morto: sem vida interior e que não produz fruto na família e na sociedade.
A vontade de Deus para cada um de nós é que ajudemos na santificação do nosso cônjuge, dos nossos filhos e das pessoas que Deus coloca ao nosso redor.
Esta semana retornaremos à liturgia do tempo comum. Na Igreja, temos tempos litúrgicos especiais – como a Quaresma, a Páscoa, o Advento e o Natal, mas passamos a maior parte do ano no tempo comum. Também a vida conjugal é assim: ainda que vivamos diferentes fases e tenhamos momentos específicos, a maior parte dela é vivida no ordinário do nosso dia-a-dia. É vivendo com fé e perseverança esse período que Deus irá nos santificar.
Maria, Porta do Céu, interceda para que o Espírito Santo venha a nós e nos ajude a cumprir a nossa missão!
Um abraço, fiquem com Deus
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias