Queridos casais: a paz de Jesus!
Quando você é convidado a uma festa, você usa o traje adequado?
No Evangelho deste domingo, ao falar novamente sobre o Reino dos Céus, Jesus conta a parábola do banquete do casamento. Nesta parábola, um rei prepara a festa do casamento do seu filho e pede aos empregados para chamar os convidados, que se recusam a ir. O rei chama de novo, mas os convidados novamente recusam o convite, vão atrás dos próprios negócios, maltratam os empregados e chegam a matar alguns deles. O rei fica indignado e ordena então chamar todas as pessoas que os empregados encontrarem nas encruzilhadas e estas enchem o salão da festa. Quando o rei entra no salão para ver os convidados, percebe que um deles não estava com o traje de festa. Manda então expulsá-lo para fora, na escuridão. E o rei conclui: “Com efeito, muitos são chamados, mas poucos os escolhidos” (v. 14).
Nesta parábola exclusiva do Evangelho de São Mateus, cada personagem tem um sentido alegórico: o rei é Deus e o filho do rei é Jesus, o Messias; o banquete nupcial representa a felicidade messiânica; os enviados são os profetas e os apóstolos; os convidados que os ultrajam os empregados são os judeus; os convocados das encruzilhadas são os pecadores e os pagãos.
Trazendo para nossa realidade conjugal, podemos nos identificar com aqueles que não aceitam o convite, preocupados com os próprios negócios. A respeito destes convidados, São Cirilo de Alexandria disse: “Eles desdenharam o convite, porque estavam voltados para as coisas terrenas e tinham concentrado sua mente nas vãs distrações deste mundo”. Não seríamos nós estes convidados, quando vivemos exclusivamente para nossos interesses e deixamos o convite do Senhor de lado?
Em relação ao salão da festa, parece que Jesus profetizou sobre nossas Igrejas vazias após o retorno das missas presenciais. A missa, celebração do banquete do Cordeiro, infelizmente não tem a devida atenção dada por nós, católicos.
Mas, que belo é ver que Deus quis comparar a salvação do homem com a alegria de uma festa de casamento! O Deus eterno e glorioso quis se unir ao homem tão miserável e egoísta.
A parábola não fala da noiva. Ora, se o noivo é Jesus, o filho do rei, a esposa somos todos nós, Igreja. O amor esponsal é a forma mais completa de expressar o que Deus espera de nós, tanto que há várias alusões a este amor tanto no Antigo como no Novo Testamento. Alguns santos desenvolveram a espiritualidade do amor esponsal de maneira mais significativa, como Santa Teresa de Ávila, reformadora da ordem das carmelitas e doutora da Igreja, cuja memória celebraremos no próximo dia 15 de outubro.
Mas e o traje? Não adianta ser chamado pelo Senhor, vir para sua Igreja e estar perdido dentro dela, vestindo a roupa maltrapilha do nosso pecado. O traje adequado é a nossa conversão, traduzida pela nossa mudança de comportamento e pela nossa vida de oração e nossa vida sacramental. O Senhor espera de nós a roupa do amor. A fé leva ao banquete, mas isso não basta, é necessário também amar.
A conclusão dos muitos chamados e poucos escolhidos é que Deus respeita nossa liberdade. Somos chamados por Deus, mas deixar-se ser escolhido é uma escolha que Ele nos dá e somos livres até mesmo para ir e levar nossa família conosco para o Inferno.
Mas, Deus quer estar conosco na festa de casamento do seu Filho. Mais do que isso, o próprio Jesus quer ser o esposo da nossa alma e nos quer com Ele no céu.
Maria, porta do céu, ajuda-nos a viver como escolhidos.
Um abraço, fiquem com Deus!
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias