O casamento é bom porque foi criado por Deus. Mas se ele é bom, porque existem problemas nele? Porque o número de divórcios continua a aumentar, de modo particular neste período de isolamento social?
No Evangelho deste domingo, narrado por São Mateus, Jesus nos apresenta a parábola do joio e do trigo, onde as sementes são as pessoas. Jesus afirma que semeou BOA semente no seu campo (v. 24).
Para nossa reflexão, vale a pena recordar o relato da Criação nos dois primeiros capítulos do livro do Gênesis. Enquanto criava todas as coisas, Deus via que tudo era bom. A única coisa que Deus disse não ser boa na Criação era o fato de o homem viver só, por isso lhe deu uma ajuda adequada (Gn 2,18). Dessa forma, o casamento e família são realidades BOAS, pois foram desejadas, criadas e amadas por Deus.
Jesus utiliza a comparação do joio e do trigo, porque eram duas plantas que os judeus conheciam muito bem e eram abundantes no Oriente Próximo. O joio é uma espécie de trigo degenerado, também chamado de falso trigo e que pode ser tóxico. As duas plantas são muito semelhantes quando pequenas, mas suas folhas começam a se diferenciar à medida em que vão crescendo.
Chama a atenção nesta parábola que o joio é semeado pelo inimigo enquanto todos dormiam (v. 25). Em nosso casamento, dormir pode ser considerado como deixar de estar atento às armadilhas que estão ao nosso redor e ir relaxando no nosso relacionamento conjugal. Nestes momentos, o demônio, inimigo do casamento, encontra em nossas almas um terreno propício para lançar o joio e vai embora (v. 25). Por isso, Deus vem nos alertar sobre a necessidade de estarmos sempre vigilantes.
Mas, quando o casamento não vai bem, podemos pensar que ele é uma semente ruim. Porque não acabar com ele?
É a mesma pergunta que fizeram os servos do dono da plantação, porque não arrancar as ervas daninhas que nasciam no meio dela? Era o que qualquer agricultor faria… Mas, a preocupação do dono da plantação não é com a semente plantada pelo inimigo, mas com a boa semente que saiu de Suas mãos! E nós, que queremos controlar tudo e resolver as coisas imediatamente, achamos que o divórcio é a solução…
Deus, que age no tempo, pede nossa paciência, pois Ele pode transformar o nosso cônjuge pela vivência do Sacramento do Matrimônio. São João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris Consortio, diz que “O dom de Jesus Cristo não se esgota na celebração do matrimónio, mas acompanha os cônjuges ao longo de toda a existência.” (FC 56). Como é lindo o testemunho de casais que, ao celebrarem décadas de casados, afirmam que são pessoas melhores por causa do seu cônjuge!
O nosso cônjuge e os nossos filhos são um projeto bom de Deus. E a nossa vocação é bem maior do que pensamos. Como diz Jesus no Evangelho, nossa vocação é brilhar como o sol no Reino do Pai! (v. 43).
Maria, Porta do Céu, nos ajude a sermos boa semente nas mãos de Teu Filho Jesus!
Um abraço, fiquem com Deus!
Márcia e Ronaldo
Comunidade Sara e Tobias